domingo, 26 de maio de 2024


 

 R A Í Z E S 

Quando as raízes  “falam” bem alto, ganham mais força, crescem mais fortes e fazem nascer árvores que vão crescendo e enfrentam os maiores ventos e as tempestades da vida. O futuro fica assim mais seguro de ser alcançado com a qualidade que pretendemos para os nossos.

Foi o que aconteceu.

A última assembleia dos compartes da União das Freguesias de Montalegre e Padroso, convocada essencialmente para ser discutida e decidida a utilização que nos próximos (pelo menos) QUARENTA ANOS (!) se faria dos terrenos que tradicionalmente são utilizados livremente pelos cidadãos residentes, decorreu pacífica e ordeiramente. Vozes se levantaram (poucas) a defender timidamente a cedência daqueles terrenos para implantação de TORRES produtoras de energia eólica, e outras (muitas e convictas) a defender a preservação do espaço na continuidade do seu uso tradicional, mantendo assim a qualidade da paisagem, a ausência do ruído inerente ao funcionamento das “ventoinhas”, parte das quais estavam previstas para bem próximo de casas de habitação, lugares de culto e outra locais que, pelas suas características, deverão sempre ser protegidos de qualquer agressão.
Estranho foi a ausência de algumas pessoas diretamente interessadas na questão, já que estiveram sujeitas a que lhes instalassem um torre “no telhado” e se alhearam do assunto, talvez porque não tiveram o devido conhecimento daquilo que iria ser tratado, pois a publicidade, dada a importância da matéria, poderia e deveria ter sido muito maior. Seria desejável ter havido até sessões de esclarecimento antes de ser discutida a aprovação do contrato proposto pela empresa candidata à exploração, sessões essas nas quais deveria estar presente o seu representante a fim de responder às questões que fossem apresentadas. Por aí se deveria ter começado e não pela parte final. Até porque o contrato, a ser aprovado com a redação proposta, só beneficiaria a empresa e prejudicaria os agricultores e restante população. Isto tudo, em troca de algo que neste caso nem sequer era importante. DINHEIRO! Como iria ser gasto esse dinheiro, é matéria para outra discussão. Não se pretende neste post entrar por aí.
Valeu a intervenção de alguns dos presentes, entre as quais me permito destacar o senhor Carvalho de Moura pela forma apaixonada como apelou à recusa do dito contrato.
Votado aquilo que seria o seu texto, que é o mesmo que dizer votada a a cedência do baldio que é de todos a uma empresa que pagaria pela sua ocupação, foi essa pretensão liminarmente recusada sem qualquer voto favorável. Como se impunha que fosse. Afinal, o que a empresa se comprometia, era tão-somente a DAR DINHEIRO(!). Como se o dinheiro fosse mais importante do que a preservação do nosso bem-estar. Afinal, há demasiados anos que damos energia ao país... e o país não tem querido saber, sequer, quantas horas demoramos a chegar a Braga... mas isso é outro assunto.

Entretanto, devemos ficar atentos. Estas empresas são persistentes, poderão voltar à carga e apresentar novas formas de convencer. Com simpatia e com... dinheiro. Sempre o dinheiro. Mas esse não compra tudo... ou compra consciências? Fiquemos alerta. Que o lobo não larga a presa facilmente.

Em todo o caso, deixo aqui uma aproximação ao que se veria, olhando à volta, desde o castelo, caso as famosas "ventoínhas" fossem instaladas.

Nesta primeira fotografia, pretende-se comparar de forma aproximada a relação entre uma torre eólica e a torre de menagem do castelo
 
 

 





3 comentários:

  1. Visto de longe até que essas cruzes dão um enfeite espetacular à vila e redondezas

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  2. É urgente mudar comportamentos, planear bem o futuro.
    Não com a implantação de torres eólicas.
    Existe muito trabalho pela frente, com anos de atraso.
    É preciso usar o cérebro para agir corretamente.
    Com uma sociedade hipócrita que temos nos dias de hoje e sem qualquer tipo de valores, será difícil alterar alguma coisa que seja e decidir bem.

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  3. Belíssimo trabalho este que explica bem o atentado que se desenhava para acontecer. Bem hajas, Carlos.

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